O Ateneu de Coimbra, Coletividade de Cultura e Recreio, foi
fundado em 1 de Dezembro de 1940, por um grupo de
pessoas – operários, comerciantes e industriais – da velha
“Alta”, a que se juntaram jovens estudantes, num período
particularmente difícil, em plena Guerra Mundial.
Para além das dificuldades de índole económica e social,
racionamento e fome, resultantes da guerra, havia que
enfrentar as que resultavam da dureza do regime de Salazar
(jornais e revistas censurados, atividades coletivas vigiadas
pela polícia política).
A guerra impôs ao jovem Ateneu tarefa importante: a
distribuição de géneros alimentícios de primeira
necessidade pelos moradores mais carenciados.
Esta vertente social viria a reforçar-se com a criação de um
posto médico com consultas gratuitas e distribuição de
medicamentos.
Através do teatro (também o de fantoches) levou o Ateneu a
sua mensagem cultural a regiões circunvizinhas.
Em 1942 criou uma Biblioteca, hoje com cerca de cinco mil
volumes e com ela organizou “Horas de Leitura” e” jornais
de Parede”, formas de dar a conhecer obras e autores.
Jovens professores e estudantes colaboraram no ensino,
dando explicações de línguas e outras matérias a jovens
trabalhadores.
Em 1964 organizou o Festival de Teatro Amador com a
participação não só do TAC (Teatro do Ateneu de Coimbra)
mas também do TEUC e CITAC. Com ele marcava-se um
ciclo de perfeito entendimento e colaboração entre
estudantes e não estudantes em temas culturais e que
viriam a repercutir-se em ações futuras.
Muitos foram os nomes importantes da cultura nacional e
internacional que ao longo dos anos passaram pelo Ateneu,
em conferências, exposições, lançamentos de livros.
Todas estas atividades assumiram, nos tempos negros do
regime fascista, um forte caráter de resistência,
permanentemente vigiada, que levou à perseguição e prisão
de dezenas dos seus sócios e dirigentes.
Em 1977 formalizou a sua vocação de solidariedade social
através da criação de um Centro de Apoio à Terceira Idade.