.
A ideia generalizada de que para mudar o mundo a responsabilidade é da exclusividade do governos
e seus governantes, deve ser cada vez mais contrariada, promovendo a responsabilidade do cidadão
na contribuição e construção de uma sociedade fortalecida e democrática.
Embora se note uma evolução na consciencialização no sentido da co-responsabilidade e do compromisso
ético ( como aliás ficou bem demonstrado no Iº Encontro de Ateneus realizado em Madrid) a fim de
todos conseguirmos superar as desigualdades sociais, presenciamos ainda situações intoleráveis e
continuamos a cruzar os braços coniventes com a miséria escandalosa proeminente em alguns países
pessoas e bens. É nesta direcção que não queremos prosseguir!
É portanto incumbência nossa, proteger e cultivar a dignidade da pessoa humana, afinal um dos
maiores e mais valioso bem da nossa sociedade.
As políticas governamentais têm provado ser insuficientes para conseguirmos esbater a injustiça
social e muito mais, ainda acabar com as desigualdades entre os povos por que todos ansiamos
há longos anos.
Os Ateneus alimentam-se de pelouros tão vastos e diversificados, como o do teatro, da música,
desporto, lazer, cultura... Os seus parceiros não são apenas os seus associados, os seus amigos,
são também as Câmaras, as Universidades, as Escolas, as Associações. Desde sempre a sobrevivência
dependeu do conhecimento. Há que beber a sabedoria donde ela corre.
Os Ateneus são, na nossa perspectiva, a ponte entre a alta cultura (Universidades) e a cultura
e sabedoria do povo. Os Ateneus congregam nas suas fileiras, trabalhadores administrativos,
empresários, médicos, engenheiros, governantes, poetas, artistas plásticos, aglutinando o
conhecimento em todas estas áreas e consequentemente têm a responsabilidade de, enquanto
instituições de cultura, disponibilizar todos os meios para que esta consolidação de
conhecimentos se faça de forma pacífica e válida.
As bibliotecas e salas de leitura dos Ateneus são complementos importantes das suas
congéneres universitárias em particular e das bibliotecas públicas em geral.
È de notar o valioso contributo dos Ateneus na dignificação da cultura de massas populares,
exaltando o seu vanguardismo cultural alheio á censura de pensamento e expressão promovendo
o conhecimento não manipulado e acessível.
Assim, actualização constante torna-se indispensável, pois de contrário corremos o risco,
sem que nos apercebamos, de rapidamente nos encontrarmos desfasados da cultura e no tempo.
Por isso os convénios e acordos entre livrarias, universidades, estabelecimentos de ensino
em geral e os Ateneus, são trajectórias a cultivar, a fim de que o enriquecimento das nossas
bibliotecas possa ser constante e manifesto.
A continuação e desenvolvimento do nosso trabalho cultural torna-se essencial, dinamizando
as conferências, debates exposições, edição de textos e publicações.
As nossas portas devem continuar constantemente abertas, de forma a que a troca de ideias e
experiências seja um trabalho incessante, promovendo cada vez mais a capacidade de intervenção,
dinâmica e objectiva, através das diversas formas culturais, educativas políticas e sociais.
Torna-se assim importante, a regeneração do associativismo, com a consequente recuperação da
capacidade de intervenção dos ateneístas na vida pública, ou melhor, numa sociedade viva e
dinâmica, objectivada no fortalecimento do sistema democrático.
Em 1943 João Cochofel e Arquimedes da Silva Santos criam e integram a Comissão Cultural e
Instrução. De então para cá, a Cultura desenvolveu um papel de relevo na vida da colectividade,
organizando horas de leitura, debates, palestras, colóquios, espectáculos de música, exposições
de fotografia, pintura e escultura, visitas e passeios culturais.
Nos últimos anos, a Secção Cultural organizou:
- Homenagem a Adriano Correi a de Oliveira.
- Exposição sobre “A vida e a obra do Ateneu de Coimbra”, durante os cinquenta anos de vida.
- Mário Viegas, “Companhia Teatral do Chiado”, estreia nacional, com a peça “Tótó”.
- “Homenagem aos Trovadores, aos Homens e aos Poetas”, no Teatro Paulo Quintela, com a
participação de Manuel Freire, Fanhais, Pedro Barroso, Luis Portugal, Vieira da Silva, António Portugal, Rui Pato,
Saraiva, Né Ladeiras, Manuel Pires Rocha, Samuel, Paulo Vaz de Carvalho, Ricardo, João Queirós e Pedro.
- Feira de Arte Contemporânea (FAC 93) no Chiado, onde participaram 10 galerias com apresentação
de 103 artistas.
- “Memórias do Tempo presente”, espectáculo no Paulo Quintela com Manuel Freire e Brigada Victor
Jara.
- Participação na Feira Medieval.
- “Há Festa na Sé”, no Largo da Sé Velha, com a participação de vários grupos de Música, Teatro,
Danças e Cantares, oriundos de várias regiões do país.
- Visitas e passeios culturais à Serra de Sicó, Rabaçal, Idanha-a-Velha e Mosteiro de Santa
Clara-a-Velha.
- Assim, ao longo dos anos, muitas das realizações culturais de grande significado na cidade
de Coimbra, tiveram lugar no Ateneu ou a sua significativa participação.
PUBLICAÇÕES
|